A manutenção de para-raios é um dos itens de verificação mais importantes que existem no planejamento de inspeções de um condomínio. A razão para isso, certamente, é o potencial destrutivo que um raio pode ter. Seus danos podem afetar a estrutura física de uma edificação, os aparelhos elétricos de seu interior e, até mesmo, podem ceifar uma vida humana.
Neste artigo, vamos explicar em mais detalhes do que se trata esse fenômeno natural e por que é tão importante um condomínio se prevenir dele. Você verá a relevância de manter em dia o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Para isso, você saberá quais são os itens de verificação que devem constar em um procedimento de inspeção. Vamos lá?
Como funciona um para-raios?
A corrente elétrica é “preguiçosa”. Talvez você não saiba disso, mas essa é a verdade. Isso significa que quando um raio sai de uma nuvem carregada eletricamente, a corrente procurará o menor caminho até o solo. Se o raio vem do céu, quer dizer que incidirá sobre o ponto mais elevado a partir do chão.
É nesse momento que entra em ação um para-raios. Ele deve ser instalado no ponto mais alto possível da edificação, pois somente assim terá eficiência na captação do raio. Ocorrido isso, ele deve levar a energia do raio para o solo, onde ela se neutralizará. Isso é feito por meio de cabos condutores de energia elétrica, que são fixados junto às hastes de captação.
Quais são os tipos de para-raios existentes?
Existem dois tipos básicos de para-raios que efetivamente são utilizados em condomínios. Tratam-se dos modelos Franklin e Melsen. Esse último também é chamado de gaiola de Faraday, em alusão ao efeito elétrico descoberto pelo grande físico da eletricidade chamado Faraday.
Todos seguem o princípio de captação da energia do raio e a sua posterior condução à terra para efetuar a equalização de potencial. O para-raio do tipo Franklin apresenta grande eficácia. Comprovadamente, ele cumpre sua função em 90% dos casos e o faz mediante uma estrutura simples: tem hastes metálicas e captores, além de um cabo condutor que realiza o transporte da energia do raio até o solo.
Já o para-raio gaiola de Faraday (ou Melsen) tem um método de construção peculiar e que justifica sua nomenclatura. Além das hastes de captação e diversos outros componentes, ele é construído por meio de uma armadura metálica que envolve toda a edificação. Trata-se de uma malha de cabos metálicos que fica responsável pela condução da energia do raio ao seu destino de equipotencialização, ou seja, o solo.
Qual é a importância de um para-raios?
Especialmente no Brasil, a incidência de queda de raios é muito grande. Dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica — órgão vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais — mostram que a cada 50 mortes ocorridas no mundo por queda de raio, uma é no Brasil. O motivo para isso é a grande incidência: somente entre 2011 e 2017 foram registrados quase 80 milhões desse tipo de evento.
Diante desse cenário, é extremamente importante assegurar que o sistema contra descargas atmosféricas de um condomínio esteja pronto para cumprir sua função. Ele garante não só a segurança física das pessoas que habitam e frequentam um condomínio, mas também, protege a estrutura física das edificações e os aparelhos elétricos em seu interior.
Além disso, um ponto pouco observado por grande parte dos administradores de condomínio são as implicações junto à seguradora contratada para cobrir danos decorrentes de descargas atmosféricas. Caso seja constatado que o SPDA não está em conformidade com qualquer aspecto da norma que o regula, há respaldo jurídico para que a indenização não seja paga. Isso seria um prejuízo considerável aos cofres do condomínio, um gasto bem maior do que manter o para-raios em dia.
Como deve ser feita a manutenção de para-raios?
Esse deve ser um aspecto de grande relevância na agenda da administração de um condomínio, pois não há margens para erro. Dessa forma, o ideal é estabelecer uma parceria com uma empresa especializada que conte com um engenheiro eletricista responsável. A razão disso é a periodicidade: a vistoria deve ser feita a cada seis meses, no mínimo.
Nesse momento, alguns itens devem ter sua verificação feita de forma obrigatória. O primeiro deles diz respeito à capacidade de condução de energia pelo sistema. De nada adianta captar um raio e não direcionar sua energia ao destino correto. Portanto, um terrômetro deve ser utilizado, a fim de constatar a medição ôhmica do sistema.
Após isso, é necessário fazer a inspeção no sistema de iluminação que identifica o topo de uma edificação. Estamos falando do mastro, que é o local onde é instalada a chamada luz do piloto. É preciso fazer todos os testes para saber se ela não está queimada ou se tem algum outro problema que impossibilite seu funcionamento.
O próximo item da lista é de suma importância, e se trata das caixas d’água e de todas as antenas instaladas no alto da edificação. As principais antenas são as de TV por assinatura via satélite, mas podem existir outras. Como elas são ótimas condutoras de energia elétrica e estão localizadas no ponto mais alto do local, são muito propícias ao atingimento por raios e condução elétrica. Então, todas elas precisam estar devidamente aterradas.
Os captadores fixados nas pontas das hastes e os cabos de condução também devem passar por inspeção. O olhar crítico do técnico deve procurar por eventuais rupturas ou quebras, o que pode inviabilizar o sistema. Além disso, devem passar por teste de continuidade e ser limpos, para remoção de impurezas.
Finalizado todo esse procedimento, se estiver tudo segundo a Norma NBR 5419 (que disciplina SPDA’s), um laudo de conformidade pode ser emitido por um engenheiro responsável. Também deve constar a Anotação de Responsabilidade Técnica — ART — do profissional envolvido. Vale salientar que, em caso de queda de raio no sistema em questão, o mesmo deve passar por nova avaliação, independentemente do cumprimento de prazo de seis meses da última vistoria.
Um SPDA é essencial para qualquer edificação, em especial, os condomínios que congregam considerável quantidade de pessoas. Dessa forma, a manutenção de para-raios deve ser um item considerada como carro-chefe nas rotinas de inspeção e de manutenção.
Uma boa forma de gerenciar esses procedimentos é por meio de um software de gestão, como o Condomínio21. Com ele, você será capaz de manter sempre em dia todos os sistemas de segurança do seu condomínio.
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