A sustentabilidade é uma questão muito importante e presente em diversos discursões no tempo atual. Isso porque, o tema não é mais uma mera opção e sim uma necessidade em todos os setores da sociedade.
Nesse sentido, emerge o ESG, cuja ideia vai mais além do que apenas a sustentabilidade, mas busca tornar os negócios socialmente responsáveis também.
De acordo com o estudo “Global Impact at Scale: Corporate Action on ESG Issues and Social Investments 2020” realizado pelo Chief Executives for Corporate Purpose (CECP), o ano de 2021 testemunhou a participação de 200 empresas de 23 países. Os resultados revelaram que sete em cada dez organizações já incorporam critérios ESG na avaliação de desempenho e remuneração, especialmente para cargos de nível sênior.
Paralelamente, em comparação com o ano de 2019, 72% das empresas aumentaram a produção de relatórios socioambientais. Esses dados apontam para uma tendência crescente de integração de práticas sustentáveis e responsáveis nas estratégias corporativas ao redor do mundo.
Assim, haja vista a importância dessa prática nos tempos atuais, neste artigo, vamos abordar o papel do ESG para shopping centers.
O que é ESG
ESG, sigla para Environment, Social and Governance (tradução: Ambiental, Social e Governança) refere-se a um conjunto de critérios que as organizações consideram em suas práticas e decisões. De modo geral, é uma abordagem holística cuja visão ultrapassa o desempenho financeiro, visando também a responsabilidade social e ambiental.
O termo foi criado no ano de 2004, em uma publicação do Pacto Global da ONU em parceria com o Banco Mundial, chamado “Who Cares Wins”, após uma provocação do até então Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Anna (mandato de 1997-2006), a CEOs de grandes organizações financeiras sobre como integrar fatores ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais.
Desde então, o ESG tem sido adotado por diversas empresas em seus mais diversos segmentos, e nos shopping centers não é diferente.
Como dito, cada letra do termo refere-se a uma palavra. A seguir, entenda cada um dos termos que compõe o ESG:
Ambiental
É a avaliação do impacto ambiental das operações. Aqui, as organizações devem planejar e desenvolver suas ações alinhadas a práticas sustentáveis, visando também a preservação de recursos. Por exemplo, a utilização de fontes de energias que sejam limpas e renováveis.
Ademais, neste tópico também inclui a preocupação de questões como: aquecimento global, desmatamento, descarte de resíduo e logística reversa.
Social
Esse ponto leva em consideração as questões sociais. Assim, as empresas desenvolvem e aplicam ações direcionadas às suas comunidades e ao público interno e externo.
Dessa forma, podemos destacar algumas questões que cabem nesse tripé do ESG: respeito às leis vigentes, assegurando a segurança física e emocional dos trabalhadores, envolvimento em projetos sociais, apoio e incentivo a diversidade e inclusão, além de práticas que garantem o bem-estar social no contexto em que o empreendimento está inserido.
Governança
Neste último ponto, a governança diz respeito às diretrizes, regras, normas e processos que guiam determinada organização bem como suas relações internas e externas. Isso engloba diversos personagens que se relacionam com a instituição: consumidores, sócios, parceiros comerciais, governo, fornecedores, entre outros.
Outrossim, é imprescindível que a organização tenha dispositivos de prevenção de fraudes, práticas anticorrupção e transparência com todos os pontos de contato.
A importância do ESG em um shopping
Agora que entendemos mais sobre o que é o ESG, é hora de falarmos sobre sua importância no contexto shopping. Fato é, que cada vez mais a sociedade (e consequentemente os consumidores) tem valorizado organizações que tenham comprometimentos com as questões sociais e sustentáveis.
Dessa forma, esse conjunto de iniciativas tem sua importância pautada no fato de ser uma demanda da sociedade.
Ademais, o ESG em shopping também é um diferencial competitivo. Com ações práticas, há ganhos significativos a todos, sejam investidores, gestores ou consumidores. Tomando o ponto da sustentabilidade como exemplo, utilizar energia limpa e renovável, como a implantação de placas fotovoltaicas para energia solar, pode reduzir significativamente os gastos com conta de luz. Isso permite que os custos de ocupação e operacional sejam diminuídos.
ESG na prática – gestão de shopping center
Como vimos, o ESG é um diferencial competitivo e muito importante para os negócios, assim, é imprescindível que shoppings adotem práticas que vão de encontro com essas estratégias.
A seguir, vamos apresentar exemplos práticos para cada um dos pontos do ESG.
Leia também:
Social
- Implementação de um programa de inclusão e desenvolvimento, reservando espaços para lojistas que promovam produtos de iniciativas sociais ou pertençam a grupos sub-representados.
- Oferecer programas de treinamento e capacitação para colaboradores, focados em diversidade e inclusão, contribuindo para a criação de um ambiente de trabalho mais equitativo.
- Apoio e produção de projetos e ações sociais e ações sociais, como campanhas de agasalho, apresentações artísticas, entre outros.
Ambiental
- Investimento em tecnologias de eficiência energética, como iluminação LED e sistemas de climatização sustentáveis.
- Capitação e utilização de água das chuvas para irrigação de jardins.
- Instalação de placas fotovoltaicas para geração de energia solar.
- Campanhas para o recolhimento de materiais recicláveis, como embalagens plásticas e metálicas, em troca de algum brinde para incentivar a reciclagem e coleta seletiva de lixo.
Governança
- Adoção de políticas claras de ética e transparência.
- Divulgação proativa de práticas sustentáveis, resultados financeiros e metas de ESG.
- Criação de um canal de comunicação direto com os stakeholders para relatórios e feedback.
- Adoção de práticas que vão de encontro com a LGPD.
- Criação de políticas anticorrupção e antifraudes.