O e-commerce está em contante evolução no Brasil e no mundo.
Neste artigo, vamos explorar as últimas tendências, desafios e oportunidades que moldam a indústria de comércio eletrônico no país. De um crescente número de consumidores online a avanços tecnológicos, mergulhe nesta análise abrangente para entender como o mercado brasileiro está se destacando no mundo digital.
1. E-commerce e sua revolução
Em 1995, em uma entrevista para David Letterman no seu talk show na TV americana, Bill Gates explicava sobre a importância dos computadores e da internet. É possível perceber como ele estava bem à frente do seu tempo e já trazia ali uma visão do que seria a internet em alguns anos (a entrevista está no YouTube, vale conferir). A cada exemplo que ele dava de como seria revolucionário esse novo meio de se comunicar e consumir conteúdo os expectadores riam, porque ninguém entendia o que estava por vir e qual seria o impacto daquele novo formato na vida das pessoas. Se naquela entrevista ele entrasse em detalhes sobre o comércio eletrônico, ou e-commerce, seria mais uma piada na certa.
Hoje carregamos em nossos bolsos supercomputadores 1.000 vezes mais poderosos ou mais do que os computadores de 1995, com conexão infinitamente superior de rede que nos permite não só navegar, mas conversar, compartilhar, trabalhar, ouvir música, ver filmes e séries e, é claro, comprar. Essa revolução, possível graças à internet e hoje cada vez mais disponível nos smartphones, transforma o comportamento e as cadeias de produção e de consumo.
Em 1995 nasciam as primeiras experiências de e-commerce no Brasil. Alguns pioneiros continuam até hoje: Magazine Luiza, Ponto Frio, Pão de Açúcar e talvez um dos primeiros e-commerce do país, o site Booknet, que vendia livros on-line.
É com os livros que começa outra grande revolução, direcionada pela empresa americana Amazon. Fundada em 1994 por Jeff Bezos, a empresa começou vendendo livros, mas depois passou a vender de tudo: eletrônicos, software, videogames, vestuário, móveis, alimentos, brinquedos e joias. Em 2015, a Amazon superou o Walmart como o varejista mais valioso dos Estados Unidos. Esse pioneirismo da Amazon fez o mundo perceber que era possível vender qualquer coisa pela internet, e essa revolução não parou mais.
Hoje é possível comprar qualquer item on-line. Em uma busca aleatória no Mercado Livre (o maior site de e-commerce do Brasil, com 30% de participação do mercado) você pode encontrar quase tudo para comprar: itens de alimentação, itens para pet, máquinas, carros, construção, artigos para bebês, enfim, é uma prova de que realmente qualquer coisa pode ser vendida on-line, e o melhor: as pessoas se acostumaram a comprar assim. Números do Mercado Livre apontam que em 2020 foram vendidos 1,9 milhão de produtos por dia na América Latina pela plataforma. No Brasil, o número de produtos vendido diariamente foi de 883 mil. Estamos falando de dados pré-pandemia!
Podemos trazer uma visão dos dias atuais separando em 3 grupos de impacto que mudaram e vão continuar mudando a forma como as pessoas consomem produtos e serviços on-line.
1.1 Comportamento
Se antes da pandemia existia uma aceleração pela adoção de meios de vendas digitais e e-commerce, com a pandemia os números alcançaram níveis exponenciais. O que demoraríamos 10 anos para atingir em números de absorção de tecnologia e mudança de consumo vimos acontecer em 2 anos. Foi possível fazer absolutamente tudo de forma on-line, de compras a comemoração de festa de aniversário via Zoom; de trabalho remoto a consumo de entretenimento.
Temos o comportamento e a cultura sendo modificada pelo entendimento que qualquer coisa pode ser comprada on-line, temos a difundida omnicanalidade passando de fato a integrar o dia a dia das operações.
Vale uma explicação: omnicanalidade nada mais é do que a integração de todo e qualquer canal de contato disponível para venda, de forma a proporcionar uma experiência integrada para o cliente, que pode iniciar uma conversa pelo WhatsApp e terminar a compra na loja on-line, ou iniciar uma consulta de produto na loja do Instagram do varejista e concluir a compra por um link de pagamento enviado pelo WhatsApp. É um conceito que, em outras palavras, tem como objetivo vender o produto para o cliente por qualquer canal que ele quiser comprar, da maneira mais fácil, sem ruído e integrada possível.
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1.2 Canais e meios de pagamento
O e-commerce não funciona somente em sites. Estamos falando de qualquer canal on-line que possa transacionar uma operação de venda. As redes sociais passaram a ter papel fundamental na adoção de compra on-line por meio das plataformas e, no Brasil, o maior destaque sem dúvidas é o WhatsApp. Mais de 80% da população brasileira utiliza o WhatsApp. É um meio popular de se comunicar e inclusivo, porque traz todas as faixas etárias para o mundo on-line, apresentando todo tipo de oportunidade de negócios.
Existia antes da pandemia uma bolha que restringia o acesso à tecnologia. Essa bolha furou! Agora qualquer pessoa tem a facilidade para realizar qualquer tipo de transação na palma da mão. Mais do que entrar no WhatsApp, pessoas da terceira idade, por exemplo, já estão consumindo em sites de compra e resolvendo sua vida on-line por meio de apps como PicPay ou qualquer novo banco digital.
Uma pesquisa do PayPal realizada em outubro de 2021 com 1.000 pessoas que compraram on-line no último mês revelou que 55% dos entrevistados continuarão comprando on-line. Antes da pandemia, 35% dos entrevistados realizavam compras semanais ou diárias on-line. Hoje esse número é de 57%.
Além disso, uma grande inovação que chegou no meio da pandemia foi o Pix. Lançado em novembro de 2020, no seu 1º aniversário já contava com mais de 1.6 bilhões de transações, transacionando próximo a R$ 4 trilhões de reais.
Tudo está convergindo para o on-line e para as evoluções em que as empresas de tecnologia começam a se aventurar: Metaverso, compras com realidade aumentada, imersão na loja por meio do Google Maps e outras novidades estão sendo experimentadas no mundo do e-commerce. Porém, nem tudo são flores.
1.3 Desafios e tendências
Enquanto a concorrência entre os grandes do e-commerce segue em alto nível, com empresas estrangeiras, como Shopee, Wish, AliExpress e Shein, aumentando a cada dia suas vendas no Brasil e melhorando sua logística de entrega, com entregas cada vez mais rápidas trazendo produtos da China e outros continentes, os pequenos empreendedores sofrem com gargalos operacionais que precisam ser superados. Integração de estoque, logística, distribuição, controle de custos e margens. As lojas que se lançam no mar do e-commerce precisam tratar cada um desses pontos com especial atenção.
São muitos desafios, mas infinitas possibilidades. Só em 2020 as vendas on-line alcançaram R$ 87,4 bilhões de reais, um total 41% superior a 2020. Foram 79 milhões de clientes, crescimento de 29% em relação ao ano anterior. É um caminho sem volta, e não sou daqueles que acreditam que o varejo físico está com os dias contados. Acredito que cada vez existirão mais opções, e é importante estar atento às tendências e analisar, para cada tipo de negócio, onde é possível entrar e aproveitar.
Então nós temos a equação de Novos Clientes, atingidos por essa avalanche de novas oportunidades e necessidades, e novos competidores. O que fazer, para onde correr?
Utilize o maior número de dados disponíveis para melhorar a experiência do seu cliente, seja qual for o canal com o qual você queira trabalhar. Físico, digital, não importa, é preciso olhar para os dados para entregar aquilo que o cliente precisa. Vá atrás de oportunidades de experiências virtuais que atendam as necessidades do seu cliente.
Relaciono aqui alguns formatos que podem ser utilizados para criar experiências interessantes para o cliente no e-commerce: live commerce, QR codes, realidade aumentada, venda por WhatsApp, utilização de link de compras…
Veja mais sobre inovações para shoppings! Assista ao vídeo na íntegra:
2. Desvendando o metaverso
Nesse caminho de evoluções, talvez a próxima barreira para o e-commerce seja a imersão total em ambientes virtuais, também conhecida como metaverso. Essa última tendência, que não é uma grande novidade, ganhou grande visibilidade por conta do anúncio do Facebook em 2021 de se tornar uma empresa voltada para o metaverso. Essa imersão total, que já acontece no mundo dos jogos virtuais, com consumo de itens com sua própria moeda, elementos de jogo, itens de vestuário, é vista como a próxima barreira de evolução do e-commerce.
As projeções são de que em alguns anos teremos ambientes completamente virtuais onde o cliente poderá fazer absolutamente tudo que foi descrito aqui de forma imersiva, intuitiva e mais interativa do que é feito hoje em qualquer canal citado. Talvez você leia esse último parágrafo e tenha a reação do público que assistiu, em 1995, Bill Gates falando da revolução que a internet causaria. Pois bem, ela veio e se tornou realidade.
Uma importante lição que a tecnologia nos apresenta é que não podemos ignorar o fato de que as pessoas querem facilidade. Por enquanto, um ambiente imersivo não é tão fácil ou tão intuitivo como a ideia é propagada. Mas é questão de tempo para isso acontecer. Como os varejistas e outros empreendedores estão olhando para essas evoluções é o que vai determinar como estará seu negócio nos próximos 20 anos. On-line ou offline?
3. Resumindo…
Ficou com alguma dúvida? Confira as perguntas e respostas:
O cenário do e-commerce no Brasil está em crescimento constante. O país possui um grande mercado consumidor online, impulsionado pela expansão do acesso à internet e ao aumento da confiança dos consumidores nas compras online.
Entre os principais desafios estão a logística e a entrega de produtos, a segurança nas transações, a competitividade do mercado e a necessidade de oferecer uma experiência de compra online satisfatória para os consumidores.
Algumas tendências incluem o crescimento do m-commerce (compras via dispositivos móveis), o aumento das compras por meio de marketplaces e o investimento em personalização e atendimento ao cliente para melhorar a fidelização e satisfação dos consumidores.
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